Cidade da Arte
Nas paredes da cidade, o belo.
Extático, sou percorrido.
Meu sentido é a rua chã.
Sou um pálido homem.
Adiante, o fim do espanto.
Onde começa? O meu pranto
Idealiza a vida, apesar
Do espectro mundo.
Meu olhar turvado
Desata nós de concreto.
Sou momento desmedido,
Catarse dual, mas variada.
Minha alma, que é corpo,
Absorve a dúvida do aborto
Da existência ingrata,
Transformando dor em canção.
Não sei onde está o passado,
Nem onde procurá-lo.
Perdi o linho condutor.
A Arte ainda me interroga.
Rafael Petry Trapp, 2009
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