"Os leitores extraem dos livros, consoante o seu caráter, a exemplo da abelha ou da aranha que, do suco das flores retiram, uma o mel, a outra o veneno." Nietzsche

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Cidade da Arte


Nas paredes da cidade, o belo.

Extático, sou percorrido.
Meu sentido é a rua chã.
Sou um pálido homem.

Adiante, o fim do espanto.
Onde começa? O meu pranto
Idealiza a vida, apesar
Do espectro mundo.

Meu olhar turvado
Desata nós de concreto.
Sou momento desmedido,
Catarse dual, mas variada.

Minha alma, que é corpo,
Absorve a dúvida do aborto
Da existência ingrata,
Transformando dor em canção.

Não sei onde está o passado,
Nem onde procurá-lo.
Perdi o linho condutor.
A Arte ainda me interroga.



Rafael Petry Trapp, 2009

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